Há muitos que ganham dinheiro com os sem abrigo e que por isso não têm interesse em mudar esta realidade em Portugal.
Daniel Horta Nova é um antigo sem-abrigo. Tem lutado para sair desta vida mas também para denunciar a situação e auxiliar as cerca de cinco mil pessoas que vê nesta situação. É um antigo jornalista de vários jornais no Porto.
Em 2017, Daniel percorreu Portugal em bicicleta para fazer uma recolha dos factos exaustivamente por Portugal inteiro. Criou em seguida um abaixo-assinado e entregou-o na Assembleia da República para erradicar este problema.
Diz que “o fenómeno dos sem-abrigo constitui um negócio para bastantes Instituições Particulares de Solidariedade Social, mas não só”. “Há instituições a fazerem diariamente telemarketing e a convencer os idosos a doarem o que quiserem, desde cinco euros a dois mil euros, por exemplo, invocando ser para apoiar os sem-aabrigo, mas ninguém sabe qual o verdadeiro destino da maioria desse mesmo dinheiro”.
Contou ainda ao Jornal I que “a extrema necessidade de tais instituições serem fiscalizadas, porque as contas, no final, muitas vezes não batem certo”
Sobre a pobreza nos próximos meses, afirma que “agora em períodos eleitorais sucessivos as coisas vão melhor um bocadinho e só por alguns dias, fica sempre muito bem ir visitar os sem-abrigo e os pobrezinhos, bater à porta da pobreza e dos desafortunados, mas depois volta tudo ao mesmo, eu posso dizer, sem exagero, que é uma palhaçada, isto é mais um oportunismo”
Reitera que “a pobreza é um bom negócio para muito boa gente, por isso as coisas não vão mudar”: “É preciso acima de tudo honestidade e enfrentarem os verdadeiros problemas”.
Pede por isso ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que nas suas visitas aos sem-abrigo, pudesse “aparecer de surpresa, porque aí, sim, é que iria ver a realidade”.
“Marcelo Rebelo de Sousa, enquanto Presidente da República, aparece às vezes de noite aos sem-abrigo, eu sei que nessas ocasiões a comida até é melhorada, dá uns abraços e uns sorrisos, tira umas selfies, isso fica muito bem para as televisões, aliás, é tudo muito bonito, mas depois as coisas ficam na mesma”, salienta Daniel Horta Nova.