Joaquim Mota e Silva disse ao Tribunal que não sabia que a empresa contratada pertencia aos pais.
Apenas 6 dias após tomar posse como presidente da Câmara de Celorico de Basto, Joaquim Mota e Silva contratou a empresa de consultoria do próprio pai para prestar serviços à autarquia.
O caso foi investigado pela Polícia Judiciária de Braga e o autarca do PSD acabou acusado do crime de prevaricação. Recorreu da decisão, tentando convencer o Tribunal de que não sabia que a empresa pertencia à família. Mas o juiz manteve a acusação, dizendo que Mota e Silva “mentiu de forma despudorada” em Tribunal.
O vice-presidente Inácio Silva também é arguido.
O caso remonta a novembro de 2009, quando Mota e Silva sucedeu ao pai – autarca durante 20 anos – na Câmara de Celorico de Basto. O recém-empossado presidente assinou um contrato por ajuste direto, com a empresa Casa do Portelo, para prestação de serviços de consultoria na área financeira.
Por dois anos de serviços, a autarquia pagou mais de 56 mil euros a Albertino Mota e Silva. O autarca social-democrata chegou a admitir aos inspetores das Finanças a existência de um “evidente conflito de interesses”.
“É daquelas situações que não aconteceriam hoje, mas que, efetivamente aconteceram”, disse o edil aos Inspetores Tributários.
No recurso, para tentar evitar o julgamento, Mota e Silva afirmou ter sido o seu vice-presidente Inácio Silva a tratar de todo o processo, afirmando que só “dois ou três meses depois” teve conhecimento de que a empresa pertencia aos pais.
Fonte: CM