O CDS propôs hoje uma isenção de IRS nas horas extraordinárias que na prática se traduziria num menor esforço dos patrões para pagar o mesmo montante líquido aos trabalhadores. Como recordado por João Ramos de Almeida, o mesmo CDS que em 2012 aprovou o corte para metade do preço pago pelo patronato pelo trabalho extraordinário quer agora compensar uma parte desse corte com um subsídio do Estado.
As reações não se fizeram esperar, sendo que a mais violenta veio da ex-líder do PSD, Manuela Ferreira Leite. Uma proposta “inimaginável” que “não tem pés nem cabeça”, considerou a ex-ministra das Finanças. “A demagogia está sem limites e é preciso travá-la. É inaceitável que haja um partido com responsabilidades que possa imaginar semelhante proposta”, conclui Manuela Ferreira Leite.
Do lado do PS, João Galamba subscreveu “totalmente” as críticas da antiga presidente do PSD. “O CDS-PP está com má consciência por ter sido parte ativa da revisão do Código de Trabalho, que reduziu o pagamento do trabalho suplementar e das horas extraordinárias”, acrescentou o porta-voz dos socialistas.
Já a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, considerou a proposta “absurda”, lembrando que o CDS legislou para as horas extraordinárias serem mais mal pagas. “Precisamos é de rever a lei para o trabalho extraordinário e suplementar voltar a ter um pagamento que seja digno”, sublinhou, acrescentando que os patrões, a avançar a proposta do CDS-PP, poderão “abusar ainda mais das horas extraordinárias”.
A proposta foi conhecida na conferência de imprensa desta manhã em que o CDS apresentou um conjunto de propostas por antecipação ao Orçamento de Estado que deverá ser entregue pelo governo no parlamento no final desta semana.
Fonte: Geringonça