A população de S. Jorge da Beira (Covilhã) está revoltada com a Segurança Social de Castelo Branco, que aplicou uma multa de 10 mil euros ao Centro de Solidariedade Social da aldeia por instalar dois utentes numa ala ainda sem a respetiva licença, embora já disponha de todas as condições para o fazer.
A multa foi aplicada após a inspeção a um dos edifícios do centro social, onde estavam 10 utentes, entre os quais, João Ramos, 70 anos, e Alberto Albino, 69, que viviam em casas degradadas. Há seis meses foram resgatados e instalados no centro.
A instituição vai contestar a multa mas, entretanto, teve de retirar todos os ocupantes do edifício. “Ninguém imagina a revolta. O meu tio vivia em condições que não se desejam a um animal e agora que alguém lhe deu a mão e estava a cuidar dele, vem a Segurança Social e castiga. Não é justo”, desabafa Luís Ramos, sobrinho de João Ramos.
Augusto Batista, presidente da instituição, assegura que “apesar de a Segurança Social ainda não ter dado luz verde para a abertura da ala, a mesma já teve parecer positivo”. Além disso, diz, “dois dos ocupantes eram pessoas que viviam na pobreza extrema, sem água, luz nem condições de higiene”.
O lar do Centro de Solidariedade Social presta apoio a 37 utentes, dos quais 24 comparticipados pela Segurança Social. Além da multa de 10 mil euros, a associação de S. Jorge da Beira vai ter de pagar mais 2500 euros à Segurança Social devido a excesso de utentes.
Fonte: CM