A enfermeira Carmen Garcia divulgou uma mensagem no sue Facebook pessoal onde mostra descontentamento sobre as condições que considera inadmissíveis sobre a contratação de novos enfermeiros.
O seu dasagrado com o Governo e a Ministra da Saúde fez com que o post se tornasse virak.
A enfermeira do Hospital Espírito Santo, de Évora, partilhou o seu desabafo nas redes sociais mas também as fracas condições de trabalho.
Consulta aqui o post colocado no perfil da profissional de saúde:
“No meio dos aplausos da pandemia, no momento em que somos chamados de heróis, quando nos dizem que somos os soldados da linha da frente e a ultima fronteira entre a vida e a morte, o governo tenta recrutar enfermeiros com a vergonhosa proposta de pagamento de 6.42€/hora. Vou repetir porque vocês podem não ter percebido bem: são seis euros e quarenta e dois cêntimos por cada hora de trabalho no meio do inferno de onde todos querem fugir.
Seis euros e quarenta e dois cêntimos por turnos de doze horas enfiados em hospitais de campanha, metidos em fatos assustadoramente desconfortáveis, com máscaras e óculos que ferem o rosto. Seis euros e quarenta e dois cêntimos para não dormir em casa e não ver os pais nem os filhos durante semanas que se podem transformar em meses.
Vão à merda.
Vão todos à merda.
Diz a ministra que o valor base de um enfermeiro em início de carreira é 7.42€. E diz isto sem corar de vergonha, reparem. Como se não fosse absolutamente vergonhoso ter quem nos cuida a receber por hora o mesmo que uma empregada doméstica. E mesmo assim ainda conseguiram retirar um euro a este valor, na proposta mais vergonhosa que me lembro de ler.
Seis euros e quarenta e dois cêntimos por hora é o que querem pagar a quem vai salvar a vossa vida. É quanto o governo decidiu que vale a primeira linha, a última fronteira. Não sei se estão a pensar pagar o resto em palmas ou com palavras bonitas.
Por mim, podem ir à merda.
Podem ir todos à merda.”