E se a saúde fosse toda dos privados? E se o supermercado onde fazes compras não quiser ter nada a ver com os pobres? São estas as declarações de Soares dos Santos.
Ele é o segundo homem mais rico de Portugal de acordo com a Forbes. Soares da Costa deu uma entrevista ao Observador e Alexandre Soares dos Santos disse muito – até, se calhar, o que não devia.
Antes de tudo temos que nos lembrar que ele passou a sede do Pingo Doce para a Holanda para fugir aos impostos de Portugal. Disse, na entrevista, que o “nosso sistema é estúpido” e que em Portugal “não há crescimento”.
Diz ainda que, apesar de tudo, diz que não tem “nada a ver com os pobres” e que estes se “fizeram” para “a gente os transformar em classe média e depois subirem, se possível”.
“Quando fala com médicos inteligentes e que não são politicamente ligados a nada em especial, eles dizem-lhe: dez hospitais no Estado era suficiente. Mas dez hospitais de grande categoria, com médicos permanentes e a ganharem bem”, afirmou na mesma entrevista. O resto, acrescenta, seria para “entregar aos privados”, sublinhando que “não precisávamos deste gigante [Estado] que suga dinheiro a todo o custo”.
Embora estas palavras pareçam duras, algumas refletem bem o estado do nosso país.
Especialmente quando disse que “como é que é possível que uma ministra que tome a pasta hoje estar amanhã reunida com os sindicatos? O que é que ela sabe dos antecedentes, de qual foi a posição dos colegas? Isto tem de ser muito bem estudado, porque os sindicatos não são mais os analfabetos do passado”, referindo-se a acontecimentos recentes.
A entrevista, podes ser ouvida aqui:
