Quem está a atender nestas marcas em Portugal ganha certamente mais. Mas as fábricas, onde se produzem artigos destas marcas, pagam a preços miseráveis na Etiópia.
Os salários não são os mais baixos de um certo continente, são mesmo os mais baixos do mundo. Fábricas da H&M, Guess, Calvin Klein ou Tommy Hilfiger aproveitam-se disso e trabalham naquele país africano, sendo que o valor é de 26 dólares por mês, ou seja cerca de 23 euros.
A análise foi feita pelo Centro Stern para Negócios e Direitos Humanos da Universidade de Nova Iorque divulgado o ano passado, pelo Expresso.
Os salários são ainda mais baixos do que aqueles praticados por outros países também conhecidos pela exploração fabril, Bangladesh e Myanmar (95 dólares) e a China (326 dólares).
Intitulado “Feito na Etiópia: os desafios na nova fronteira da indústria do vestuário”, o relatório baseia-se na análise ao Parque Industrial Hawassa, inaugurado em junho de 2017 e que se situa a cerca de 225 quilómetros a sul da capital, Addis Abeba.
A entidade que emprega estas pessoas tem 25 mil trabalhadores e espera chegar aos 60 mil.
“A Etiópia tem uma escolha pela frente no que diz respeito à indústria do vestuário para os consumidores ocidentais: Seguirá a trajetória da China ou do Bangladesh? O Cambodja ou as Honduras?”, questionam os autores do estudo.
Sendo que a maioria dos trabalhadores são mulheres que vêm de famílias pobres, questiona-se se comprando estas marcas não estamos a incentivar a exploração laboral.
Agora que tu sabes disto, o que irás fazer de diferente?