Presidente da entidade reguladora não tem explicação para subidas em junho.
As operadoras de telecomunicações, que fornecem desde serviços de televisão até internet móvel, afinal não aumentaram os preços apenas em agosto, após a entrada em vigor da nova lei sobre a fidelização. Subiram também em junho, admitiu a presidente da Autoridade Nacional das Comunicações (Anacom).
Fátima Barros, chamada ontem ao Parlamento para explicar a subida de preços devido à entrada em vigor da nova lei das comunicações, acabou por surpreender os deputados ao admitir que os preços já tinham aumentado em junho.
Um agravamento para o qual, confessou, não tem explicação. A lei que entrou em vigor em agosto veio proteger os consumidores dos longos períodos de fidelização e clarificar os custos das rescisões dos contratos.
Na prática, o que se verificou foi “um aumento exponencial dos preços”, sublinhou o deputado social-democrata Joel Sá. A Anacom fez as contas e concluiu que, no que respeita à despesa média mensal, o diferencial de preço das novas ofertas (um ano, seis meses e sem fidelização), face aos dois anos, varia em média entre 12 e 20 euros.
Já quanto à despesa média mensal associada às ofertas de 24 meses, o valor diminuiu, sublinhou Fátima Barros.
Entretanto, foi pedido às operadoras que sejam mais claras na identificação e quantificação das vantagens associadas à fidelização, acrescentou a presidente daquela entidade reguladora.
“De cada vez que há uma intervenção no mercado, isso provoca alterações nos preços, e sempre com a mesma tendência”, alertou a presidente da Anacom nas respostas aos deputados.
As telecomunicações lideram há anos o ranking das reclamações em Portugal. A Anacom registou, desde agosto, mais de seis mil queixas, mas apenas 250 relacionadas com a nova lei da fidelização.
Fonte: Correio da Manhã