Um relatório do Tribunal de Contas arrasou por completo as contas, acusando a Segurança Social de falta de cruzamento e controlo de dados.
Entre 2016 e 2017 a Segurança Social pagou 3.7 milhões de pensões de sobrevivência a pessoas que… já não sobrevivem. Estando já falecidas, receberam o dinheiro no banco ou o cheque no correio. E todas as pessoas em causa tinham falecido há mais de um ano.
Mais grave ainda é o facto de 1.9 milhões dos 3.7 não terem sido recuperados nem ter sido feita qualquer tentativa de recuperação por parte do mesmo instituto.
Os casos mais graves apontam para a morte de pessoas há mais de dez anos e as pensões que continuam a ser pagas sem que nada aconteça, lesando assim os contribuintes.
Este foi o resultado mais importante da auditoria realizada à Segurança Social a que o Jornal I teve acesso, citada pelo Sol.
A culpa é da falta de cruzamento de informação entre a Segurança Social, o Ministério da Justiça e o Ministério das Finanças.
O Tribunal de Contas recomendou ainda que os dados sejam ainda recolhidos das agências funerárias para que exista um controlo em menor tempo possível de pessoas falecidas.
Existiu ainda uma outra nota gravíssima a apontar: das 740.631 pensões de sobrevivência avaliadas, 9.047 delas foram pagas sem qualquer número de identificação fiscal. Como foi isto possível? Ninguém sabe.
Foram recuperados cerca de 614 mil euros dos 4 milhões pagos indevidamente.
Estas pensões são normalmente pagas a conjugues que enviuvaram ou filhos até aos 25 anos que, tendo perdido um dos progenitores, tenham requerido esta pensão.