Sabias que os deputados, pagos pelo dinheiro do povo, estão muitas das vezes a zelar pelos seus interesses?
Recentemente uma carta dirigida à Assembleia da República pede a “apreciação dos abundantes conflitos de interesses” na AR.
A carta é destinada a Ferro Rodrigues e aponta muitos casos concretos.
Na carta fala-se da “apreciação dos abundantes conflitos de interesses que subsistem”.
Eis alguns casos concretos, citados na referida carta:
“Na Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, o seu presidente, António Topa [PSD], tem interesses em empresas que atuam na área do imobiliário, a Epifei e a Tocortal, o mesmo sucedendo com o vice-presidente, Pedro Coimbra [PS], que é sócio-gerente da empresa DELTA 2014” e ainda “à mesma comissão pertence o deputado Emídio Guerreiro [PSD], dirigente da construtora Garcia, Garcia, SA”.
Ora esta condição de “deputado e empresário” cria um gigantesco conflito de interesses como demonstra a carta: “nesta sua dupla condição de deputados e empresários, estes parlamentares têm acesso a informação privilegiada do setor, e podem ainda influenciar a legislação em função dos interesses dos setores da construção, da mediação e da promoção imobiliária a que estão ligados”.
Mas existem ainda mais casos:
“Verificamos também que integra a Comissão de Orçamento e Finanças o senhor deputado André Ventura [Chega], que trabalha para a consultora Finpartner, empresa subsidiária do influente Grupo Caiado Guerreiro, que se dedica ao planeamento fiscal. O deputado Ventura recolherá certamente informação privilegiada sobre questões fiscais, de máximo interesse para os clientes da sua empresa, que justamente presta assessoria em questões fiscais”.
A carta completa foi entregue na Assembleia da República e agora resta saber o que o presidente da casa da democracia, Ferro Rodrigues, irá fazer a este respeito.