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Governo orquestrou plano para furar greve dos estivadores precários de Setúbal

A criatividade do Governo foi posta à prova quando, em conversações com a Operestiva, o piquete de greve do Porto de Setúbal foi quebrado pela PSP.

 

Os fura-greves, que entretanto entraram depois da PSP ter removido, um a um, os grevistas, carregaram o navio da Autoeuropa. Foram meia centena de elementos da  Unidade Especial de Polícia e da brigada de intervenção rápida da PSP. Todos eles faziam parte do plano de ação do Governo para um navio ao serviço da Autoeuropa que tinha sido admitido no Porto de Setúbal mas omitido no registo portuário.

Os quase 100 estivadores ficaram no chão, sentados, enquanto a PSP ao removia um a um. Os deputados Bruno Dias e José Soeiro, do PCP e BE, respectivamente, também foram retirados, de acordo com o AbrilAbril.

O Ministério do Mar encetou tentativas de coagir estivadores de outros portos nacionais (Lisboa e Aveiro) de acordo com a mesma fonte. O objetivo era, furar a greve dos trabalhadores de Setúbal com vínculos precários.

Previamente, a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, afirmou que, apesar de considerar os portos nacionais como uma «peça fundamental» para a economia, o diferendo laboral no Porto de Setúbal «não é uma matéria» do Governo, mas dos operadores privados e dos trabalhadores.

Na prática, não foi isso que aconteceu.

«Estamos aqui para assistir a este dia vergonhoso para a democracia portuguesa porque [é isto que acontece] quando um Governo se põe ao lado de criminosos – porque aquilo que estamos a denunciar é um crime que se vive um pouco por todo o País, de perseguição aos sócios do sindicato, discriminação salarial e tudo mais», afirmou à Lusa António Mariano, do SEAL.