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Enquanto Macedo mantém salário milionário, CGD prepara-se para declarar 3 mil milhões de prejuízo

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) vai apresentar, neste ano, um prejuízo de três mil milhões de euros. O valor é revelado quando é também notícia que o novo presidente do banco, Paulo Macedo, manterá o salário de 423 mil euros anuais.

 

Paulo Macedo, que sucede a António Domingues como novo presidente da CGD, vai começar a sua gestão do banco público com um prejuízo de três mil milhões de euros. A notícia é avançada pelo jornal Expresso que salienta que este valor consta do plano estratégico do banco público.

Estes números estão em consonância com aquilo que Mário Centeno, ministro das Finanças, já tinha dito, denunciando um desvio de 3 mil milhões de euros na Caixa e culpando o governo PSD-CDS por estes valores.

O plano estratégico também contabiliza os empréstimos de risco concedidos, sem garantias, que dificilmente serão pagos, que são da ordem dos 2,7 mil milhões de euros, um valor que o Estado injectará directamente na CGD.

No total, a capitalização do banco situar-se-á nos 5 mil milhões de euros, entre investimento público e dos privado.

Para os próximos quatro anos, a CGD prevê sempre lucros, vaticinando que em 2020, se situarão nos 670 milhões de euros, conforme os dados divulgados pelo Expresso.

Do plano estratégico do banco, faz ainda parte a saída de 2.240 trabalhadores e o encerramento de 180 balcões nos próximos quatro anos.

Governo resiste e mantém salário milionário

O futuro presidente da Caixa Geral de Depósitos, Paulo Macedo, vai ganhar tanto como António Domingues, o ocupante demissionário do cargo. O governo resiste assim às pressões para baixar o ordenado de 423 mil euros anuais.

Este dado é avançado pelo Jornal de Negócios que aponta que o governo vai manter o salário de 423 mil euros anuais, para o futuro presidente da CGD, “apesar da pressão política dos últimos dias” para que esse valor fosse reduzido.

O PSD é um dos partidos que tem apelado à descida do ordenado do presidente da CGD, a par de PCP e Bloco de Esquerda, parceiros do governo.

O próprio Presidente da República também manifestou que o ordenado deveria ser inferior, mas o Executivo mantém a fasquia nos 423 mil euros anuais de ordenado, o que dá algo como 30 mil eurospor mês.

PSD estima Macedo, mas não vai abrandar críticas

Entretanto, o PSD já fez saber que não vai abrandar as críticas ao governo, embora estimando e respeitando Paulo Macedo, conforme sublinhou o deputado Leitão Amaro.

“Todas as trapalhadas que aconteceram na CGD há quase um ano nunca foram uma questão de pessoas, foram uma questão de escolhas, de más decisões, de incompetência do Governo“, afirmou Leitão Amaro aos jornalistas no parlamento.

“O dr. Paulo Macedo é um independente que respeitamos e estimamos, mas as regras, os princípios básicos de transparência, boa gestão pública, escrupuloso cuidado na aplicação do dinheiro dos contribuintes, valem independentemente das pessoas, por mais estimadas que elas sejam”, afirmou o deputado do PSD.

PCP contesta escolha de Macedo

Entretanto, o PCP defendeu que Paulo Macedo não reúne as condições para ser presidente da CGDdevido ao seu percurso anterior como ministro da Saúde do governo do PSD/CDS.

“O Governo decidiu, a responsabilidade é do Governo, na nossa opinião não decidiu de acordo com estes critérios [de competência e de identificação com o serviço público]. O doutor Paulo Macedo oferece-nos muitas reservas para vir a ocupar este cargo, particularmente pelo seu percurso anterior, nomeadamente um homem dos mais importantes ministros do governo PSD/CDS“, declarou o dirigente comunista Jorge Pires.

 

Fonte: ZAP