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O desabafo de uma professora: “perante as dificuldades (…) estou cansada, muito cansada”

Helena Falcão e Cunha é professora e contou como têm passado os seus dias, num texto em formato de desabafo que tem circulado na Internet.

O texto, publicado originalmente no Esquerda.net, mostra o cansaço de uma profissão que tem vindo ser não só a de professora, mas também a de educadora e quase como uma figura maternal ou paternal.

 

Podes ler o desabafo aqui, na integra:

“DT, como faço para ligar o Zoom?”

“Professora, não consigo entrar na vídeo conferência!! Pode ajudar-me?”

“Qual é o ID para esta sessão?”

“DT, qual é a aula agora? É em VC ou DO?”

“DT, não consigo entrar no Moodle!”

“Professora, sabe dizer-me onde ponho o trabalho de ….(Uma disciplina qualquer).?

“DT, o meu pc crashou. Como é que faço agora?”

 

Estas e outras perguntas inundaram o meu mail e o meu Whatsapp durante a manhã de hoje. Estou exausta!!

Para além de estar online para esclarecer dúvidas a todos os alunos relativamente às tarefas designadas para a minha disciplina,também tive de ajudar a minha direcção de turma nas suas muitas dúvidas quanto à entrada em vídeo conferência nas restantes disciplinas.

Penso que apesar de tudo consegui ajudar, mas nem nós professores  nem os os nossos alunos estávamos preparados para esta nova modalidade de ensino (ensino à distância)

Passei esta pausa lectiva que agora acabou a preparar materiais, a fazer em conjunto com outras colegas planos de aulas para depois pôr no Moodle, de forma a que alunos e Encarregados de Educação saibam com antecedência como vai correr este terceiro período, a incomodar @s colegas da minha direcção de turma com mails frequentes. Trabalhei muito mais que as 35 horas semanais (bem contadas cheguei às 60 – 70 horas semanais)

Repito: Estou exausta!!!! E tenho a certeza que como eu assim estarão milhares de professores deste país!

Nunca fui, em 34 anos de profissão e 56 anos de idade, pessoa para desistir perante as dificuldades que me foram surgindo, mas confesso que estou cansada, muito cansada. O que fazer e como reagir a isto tudo não sei, mas não creio que esta forma de ensino à distância seja a melhor maneira, até porque acho que criará entre os alunos uma clivagem enorme – entre aqueles que têm acesso a computador e net em casa e aqueles que mal têm que comer.