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“Para muitas crianças a família não é um lugar seguro”

As consequências da violência psicológica são inúmeras nas crianças.

No primeiro mês do ano de 2019 morreram duas mulheres por semana por violência doméstica. Um número assustador.

Por vezes, a casa é um lugar perigoso para as mulheres. A própria casa, onde se deviam sentir seguras. Por vezes, os filhos, também sentem o medo.

“Para muitas crianças a família não é um lugar seguro. É dentro da família que há a grande violência. Violência que é vivida em silêncio” explica o psicólogo e secretário-geral do Instituto de Apoio à Criança, Dr. Manuel Coutinho, à revista Sábado.

E vai mais longe ao dizer que “o comportamento parental hostil prejudica e degrada o desenvolvimento saudável e a dignidade da criança. Estas criança vivenciam momentos de terror e angústia profunda, têm muito medo e sentem-se impotentes e perdidas. Lamentavelmente as crianças que vivem em famílias violentas ainda são frequentemente vítimas escondidas.”.

Já a Dra. Bárbara Ramos dias reforça esta opinião, ao dizer que “habitualmente, estas crianças podem apresentar maus resultados escolares, ter pesadelos e dificuldade para dormir, desenvolver distúrbios alimentares e maior tendência para agressividade. Ao chegar a adolescência, a situação pode piorar ainda mais. O adolescente que viveu esta situação pode começar por se auto mutilar, recorrer ao álcool ou às drogas, ter relações sexuais inapropriadas com o único objetivo de obter afeto, sofrer de depressão, ter uma baixa autoestima ou desenvolver diferentes problemas de saúde mental.”