Um homem detido pela Polícia Judiciária, pela autoria de pelo menos um incêndio florestal, no concelho de Pombal, foi libertado esta sexta-feira à tarde. Um juiz de instrução criminal de Leiria considerou que o suspeito pode ser inimputável e sujeitou-o à mais leve das medidas de coação, termo de identidade e residência.
Uma fonte da Diretoria do Centro da Polícia Judiciária, a mesma que investiga o incêndio florestal de Pedrógão Grande, informou, ao JN, que a libertação do arguido não resulta de uma eventual falta de provas sobre a autoria do crime, mas da convicção do juiz de que ele padece de problemas de natureza psiquiátrica.
Logo que deteve o suspeito, a Polícia Judiciária comunicou, esta quinta-feira, que “o suspeito terá agido num quadro de perturbação emocional, alegando que se encontra insatisfeito consigo próprio, e por gostar de observar o combate aos incêndios”.
Trata-se de um indivíduo de 30 anos, solteiro e sem profissão.
Se considerado inimputável, o arguido que comete um crime de incêndio florestal não é condenado a uma pena de prisão, mas a uma medida de segurança. Esta consiste, normalmente, no internamento do incendiário num hospital psiquiátrico, por um período que pode mesmo ter uma duração superior ao limite máximo da pena aplicável ao crime cometido.
No caso em apreço, o JN não logrou apurar se o juiz de instrução criminal de Leiria já tomou providências para que o arguido tenha acompanhamento médico e não reincida no crime.
A Polícia Judiciária, através da mesma diretoria que está a investigar o incêndio florestal de Pedrógão Grande, deteve este homem por indícios da autoria de um incêndio registado no dia 27 abril, no concelho de Pombal.
O suspeito ateou o incêndio com um isqueiro, através de dois focos distintos, em terreno povoado com pinheiros, carvalhos, silvas e mato. O fogo, segundo a PJ, “só não atingiu maiores proporções devido à pronta intervenção dos bombeiros”.
A Judiciária disse ainda que “foram colhidos elementos que apontam no sentido de o detido ser o autor de outros incêndios florestais na mesma zona, pelo que as investigações prosseguem”.
Fonte: JN