Somos cada vez menos transparentes como país. É isto que um novo estudo mostra que coloca Portugal cada vez mais abaixo.
A Associação Transparência e Integridade diz que o combate à corrupção está estagnado. Para isso, contribuirão a manutenção de escândalos públicos de falta de ética e alegadas tentativas de controlo político dos conselhos superiores da Magistratura e do Ministério Público.
De acordo com o Índice de Perceção da Corrupção relativo a 2018, Portugal desceu um lugar no ranking do qual no ano passado já não estava nada “bem”.
Estamos agora na 30.º posição, e abaixo da média europeia.
Para o presidente da Transparência e Integridade, o índice “confirma a estagnação de Portugal no combate à corrupção”, referindo que o país está “parado a meio da tabela europeia” desde 2012. “A acumulação de escândalos de falta de ética na vida pública, a inoperância de uma Comissão para a Transparência no parlamento – que em três anos ainda não produziu resultados – ou as tentativas de controlo político sobre os Conselhos Superiores da Magistratura e do Ministério Público são a tradução prática de uma falta de vontade política que é evidente e reconhecida pelos observadores externos que compõem este índice”, afirmou João Paulo Batalha em comunicado, divulgado pelo DN.
“O facto de o Governo se ocupar em disputas com a OCDE sobre o impacto da corrupção na economia, em vez de levar a cabo uma estratégia nacional de combate a este flagelo, mostra bem que a política vigente continua a ser a de tentar mascarar a realidade, em vez de enfrentá-la”, refere o presidente da associação, acrescentando que esta é uma política “consistente nos últimos anos, seja qual for o Governo”.