A fundação Aliança de Democracias, da Dinamarca, fez um estudo e concluiu que estamos no top. Mas não pelos melhores motivos.
De acordo com o estudo, os Portugueses são descrentes do seu Governo, no sentido em que a sua voz não interessa na política governamental e partidária.
Esta porém não é uma situação única: o panorama mundial mantém-se desta forma.
Portugal é assim o terceiro país do mundo em que o cidadão menos sente que a sua voz faz diferença na política.
A Rasmussen Global, fundação dinamarquesa (em Português Aliança de Democracias) em colaboração com o Dalia Research, um centro de sondagens alemão, fizeram um estudo em 50 países.
Neste Índex de Percepções Democráticas 2018, pode ler-se que “as democracias estão a perder os corações e as cabeças dos seus cidadãos”.
“A maioria das pessoas que vive em democracias está desiludida com a ideia de que o seu Governo é formado pelo povo e trabalha para o povo”, lê-se ainda na introdução do estudo.
“Neste momento, o maior risco para as democracias é que o público não as considera mais democráticas”, comenta no estudo Nico Jaspers, director executivo da Dalia Research.
O estudo assenta nas seguintes perguntas que se tentaram responder: O cidadão sente que o Governo age em representação do interesse publico? E considera que a sua voz conta na esfera política?
“Portugal é um dos países onde os cidadãos dizem que o Governo “raramente” ou “nunca” age em função dos seus interesses. O país que lidera a lista, com 80% de respostas nesse sentido, é o Quénia, que não é democrático, tal como a Nigéria, que surge com 68% de insatisfação na representação”, disse o Publico na análise que fez ao estudo.
A percentagem de Portugal nestas mesmas perguntas foi de 73% dos inquiridos.
Sobre a segunda pergunta, se a voz do povo conta, 62% dos Portugueses disse que não, número igual ao de França e Áustria.