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Proteção Civil pagou o dobro do preço pelas golas inflamáveis a marido de autarca do PS

A empresa é na realidade do marido de uma autarca do Partido Socialista.

O dono da empresa defende-se dizendo ao Observador que “quem conhece a minha esposa e a minha empresa sabe que isso é impensável. Se soubesse que isto ia ter implicações para ela jamais ia concorrer a este concurso”.

Já sobre o facto das golas serem inflamáveis, o dono da Foxtrot – Aventuras, Unipessoal, Lda. defende-se dizendo que “a ANPC tem, garantidamente, pessoas qualificadas e com conhecimento para esse material em utilização para lhe chamar um kit para o combate a incêndios. A ANPC sabia quais os fins a dar a esse equipamentos”.

Mas o facto é que a empresa foi criada dois meses após o programa “Aldeias Seguras” ter sido criado, e teve um contrato para a venda das golas quatro meses depois. A empresa opera no setor do “turismo da natureza”.

Fonte oficial identifica a empresa como tendo a área de atuação de “exploração de parque de campismo e caravanismo, exploração de estabelecimentos de restauração e de bebidas, nomeadamente bares e restaurantes, exploração de mini mercado, comércio, importação e exportação de produtos alimentares, bebidas e tabaco”. Ou seja, o concurso a que se candidatou, e viria a ganhar, era algo diferente do que a área de operação da empresa.

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) pagou 1,80 euros por cada gola, somando um total de 125 706 euros.
Mas o Jornal de Notícias fez uma consulta ao mercado e, uma gola também em poliéster, custa entre 63 e 74 cêntimos.

Ou seja, o marido de uma autarca do PS vendeu uma gola inflamável pelo dobro do preço que custaria noutros locais.