Com as eleições autárquicas à porta, o Portal da Queixa fez uma análise ao número de reclamações recebidas dirigidas às Câmaras Municipais do País. Entre janeiro e setembro de 2017, a plataforma recebeu um total de 758 reclamações, o que revela um aumento de 110% das queixas face ao período homólogo.
Número de reclamações mandatos atuais
A maior rede social de consumidores desenvolveu um rigoroso estudo analítico – em parceria com a Social Data Lab – sobre as reclamações registadas, entre setembro de 2013 e setembro de 2017, dirigidas às autarquias, elegendo como variável: o número de reclamações per capita (número de reclamações por 100.000 habitantes).
O estudo permitiu concluir que, as reclamações no Portal da Queixa não se distribuem de forma uniforme pelo território português: Lisboa (204), Porto (129) e Sintra (126) são os três concelhos que lideram o Ranking ‘TOP 20’ das autarquias com mais reclamações. Neste ‘TOP 20’, e no fundo da tabela, estão os municípios onde os cidadãos menos reclamam: Braga (27), Odivelas e Setúbal (ambos com 24) e Sesimbra e Portimão (ambos com 22).
Total de reclamações por município do período considerado (set 2013 a set 2017):
Município | N.º de reclamações |
---|---|
Câmara Municipal de Lisboa | 204 |
Câmara Municipal de Porto | 129 |
Câmara Municipal de Sintra | 126 |
Câmara Municipal do Seixal | 105 |
Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia | 99 |
Câmara Municipal de Matosinhos | 69 |
Câmara Municipal da Amadora | 59 |
Câmara Municipal de Oeiras | 55 |
Câmara Municipal de Almada | 54 |
Câmara Municipal do Barreiro | 52 |
Câmara Municipal de Cascais | 42 |
Câmara Municipal de Coimbra | 40 |
Câmara Municipal de Valongo | 34 |
Câmara Municipal da Maia | 34 |
Câmara Municipal de Loures | 28 |
Câmara Municipal de Braga | 27 |
Câmara Municipal de Odivelas | 24 |
Câmara Municipal de Setúbal | 24 |
Câmara Municipal de Sesimbra | 22 |
Câmara Municipal de Portimão | 22 |
O estudo permitiu verificar que:
• as reclamações efetuadas, entre 2013 e 2017, no Portal da Queixa aumentam em função do grau de urbanização e do poder de compra do concelho, tal como em função do nível de instrução dos seus habitantes. Ou seja, aumentam em função do grau de desenvolvimento das populações;
• as reclamações diminuem nos concelhos onde a % percentagem de população sem o ensino secundário é maior. Ou seja, diminuem nos concelhos onde há menos instrução.
• as reclamações aumentam nos concelhos onde há mais população residente: mais natalidade (mais frequente nas zonas mais urbanas); o poder de compra é maior; a densidade populacional é maior (zonas mais urbanizadas); a população empregada no sector terciário é maior.
(*Agregação dos concelhos por NUT III)
• a média obtida para a totalidade das NUT em causa é de 16 reclamações por 100.000 habitantes;
• apenas as grandes regiões metropolitanas, Lisboa e Porto, excedem esse valor médio;
• o Alentejo central, Coimbra e o Algarve surgem em segundo plano, sendo as únicas NUT com valores superiores a 10 reclamações por 100.000 habitantes
Este resultado conduz à ideia de existir uma correlação positiva entre o grau de urbanização e a variável em estudo, sendo as zonas mais urbanizadas do País aquelas que apresentam uma incidência de reclamações per capita superior.
O estudo científico elaborado pela Social Data Lab – ao cruzar as reclamações com a caracterização sócio-demográfica dos próprios concelhos analisados – evidenciou ainda que, a reclamação no Portal da Queixa realça, de forma muito clara, uma atitude moderna, de maturidade civilizacional e de consciêncvoia cívica, atestando o impacto social da plataforma no seio da sociedade portuguesa.
Fonte: Portal da Queixa