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Reitor acusado de desviar milhões julgado à porta fechada para preservar o prestígio

O reitor da Universidade Fernando Pessoa, Salvato Trigo, está a ser julgado à porta fechada, pelo alegado desvio de 3 milhões de euros da instituição de ensino privada, para não colocar em causa o seu bom nome, nem provocar “danos irreparáveis” à entidade e aos seus alunos.

Esta argumentação foi apresentada pela defesa do reitor da Universidade Fernando Pessoa, para que o julgamento fosse realizado sem publicidade dos factos reportados em tribunal, conforme salienta o jornal Público.

E o juiz Guilhermino Freitas acatou o pedido, determinando que é “proibida a assistência do público, apenas podendo assistir as pessoas que tiverem que intervir no julgamento”, segundo cita o diário.

Ministério Público não se opôs, nem tão pouco o fez o assistente do caso, a Fundação Ensino e Cultura Fernando Pessoa, que é a proprietária da Universidade e que se mantém sob controlo de Salvato Trigo e da sua família.

A defesa do reitor alegou que este é uma “personalidade de reconhecido mérito e prestígio no meio universitário nacional e internacional” e que, portanto, a acusação que lhe é imputada é “atentatória da sua honorabilidade profissional e pessoal, bem como do seu bom nome”.

Nas alegações apresentadas, a defesa acrescenta que “os factos submetidos a julgamentos poderão ter evidente repercussão mediática, o que necessariamente terá efeito nefasto no normal funcionamento da Universidade Fernando Pessoa e do hospital-escola”.

O advogado do reitor alega que este caso deve merecer um tratamento excepcional, realizando-se à porta fechada, “atendendo à gravidade e especialidade dos danos que a publicidade da audiência poderá acarretar”, nomeadamente aos alunos da Universidade Fernando Pessoa.

O juiz deu razão a estas alegações e “tomou oralmente a decisão de excluir a publicidade”, conforme reporta o Público, notando que não há “um documento escrito” a constatar a medida.

As gravações da audiência revelam os argumentos da defesa, a não oposição do Ministério Público e o apoio do assistente do caso que é “praticamente inaudível”.

O Público tentou também consultar o processo, mas sem êxito, dada a oposição da defesa. “O juiz autorizou a consulta, mas só permitiu que a mesma se concretizasse depois de passar o prazo de um mês que as partes têm para recorrer de qualquer decisão”, conta o jornal, frisando que a defesa do reitor interpôs recurso, para evitar o acesso ao processo.

As alegações finais do caso devem acontecer no final deste mês de Março. Salvato Trigo é suspeito de fraude fiscal, juntamente com a mulher e a filha, num outro caso onde o fisco exige mais de 1,4 milhões de euros.

Fonte: ZAP