A Federação Portuguesa de Entidades Taurinas, representada por dois membros, deslocou-se esta tarde de Sábado, à União Zoófila para fazer uma doação de quinhentos quilos de ração, que esta rejeitou.
Segundo a voluntária e membro da direcção da União Zoófila, Margarida Saldanha, a recusa “é uma questão de coerência”.
“Se não primarmos pela diferença, então não estamos cá a fazer nada. Não aceitamos porque vem de onde vem”, afirmou.
Para o membro do Conselho Executivo Prótoiro, Diogo Costa Gomes, este é mais um exemplo de que em Portugal a causa animal “é um negócio”.
“A União Zoófila só tinha de aceitar e dizer que apesar de ter aceitado não concordam com as touradas. Os animais não fazem este tipo de distinção”, afirmou.
A acção dos responsáveis da Prótoiro aconteceu ao mesmo tempo em que decorria um protesto, entre o Campo Pequeno e o Parlamento, dos defensores do bem-estar animal. “No mesmo dia em que está a acontecer uma importante manifestação pelos direitos dos animais, aparecem estes senhores que são a favor das touradas. Foi um acto de má fé”, afirmou Margarida Saldanha.
Segundo Diogo Costa Gomes, a doação de 500 quilos de ração é também uma forma de protesto.
Para o presidente da Federação Portuguesa de Entidades Taurinas, José Reis, ” a iniciativa tinha como intenção responder ao apelo da União Zoófila para a doação de ração. Era nossa intenção poder contribuir regularmente”. Acrescentou ainda que já não é a primeira vez que a UZ rejeita o contributo dos aficcionados das touradas, rejeitanto que esta seja uma provocação. “Não é uma provocação. Há uma preocupação genuína, os aficcionados também são amigos dos animais, inclusive alguns deles são sócios da União Zoófila”, afirmou.
A União Zoófila acolhe cerca de duzentos gatos e quinhentos cães.
Fonte: CM